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Tegra 5: o "Fusion" da NVIDIA com núcleos de CPU x86

O portal de notícias Businesswek relatou que a NVIDIA estaria trabalhando em um microprocessador para competir diretamente com as CPUs da Intel, um rumor que tem sido cada vez mais recorrente na indústria da TI, mas que agora ganha contornos mais detalhados.


O CPU x86 da nVIDIA seria o Tegra 5, o qual tem previsão de chegar ao mercado em 2013. Esse chip seria uma espécie de Fusion da NVIDIA, com núcleos GPU e CPU capaz de executar instruções x86. A idéia da NVIDIA é usar o próximo núcleo Eagle da ARM, que é uma CPU tetra-nuclear (quatro núcleos de processamento) de 64 bits.


Cronograma CPU ARM Eagle


Entretanto, como uma CPU ARM não é capaz de executar instruções x86, a NVIDIA irá colocar um firmware nessa CPU que irá fazer a tradução de instruções x86 para as ARM do Eagle. Esses núcleos x86 estariam dentro de um projeto que envolveria também núcleos GPU, sendo, portanto, um chip similar aos AMD Fusion e Intel Sandy Bridge.

O firmware que fará a tradução de instruções X86 para as ARM presentes no Eagle é baseado na tecnologia Transmeta code-morphing, que chegou a apresentar uma CPU funcional, porém sem muito sucesso comercial. A Transmeta, posteriormente, foi adquirida pela NVIDIA.

Performance

Um dos eventuais problemas que a NVIDIA encontrará com essa abordagem será a velocidade da CPU. Estima-se que a performance de um núcleo do futuro microprocessador ARM Eagle seja similar à de um Intel Atom. Entretanto, como a NVIDIA irá usar um firmware sobre esse chip para fazer a tradução de instruções x86 para ARM, esse processo incorre em alguma perda de performance.

Entretanto, é importante mencionar que a tecnologia da Transmeta é bem eficiente nesse sentido, incorrendo em poucas perdas tanto de performance quanto de energia. Além disso, a tendência da computação é migrar cada vez mais aplicações para rodar na GPU.

CPU X86 da NVIDIA

Assim, um eventual baixo nível de performance de CPU x86 do Tegra 5 não seria algo efetivamente problemático, tendo em vista que a maior parte da carga computacional estaria sendo atendida pela GPU - lembrando que a NVIDIA é a empresa líder em termos de uso de GPU para computação de propósito geral (GPGPU).

Aspectos legais : Patentes

Outro aspecto que a nVIDIA terá que enfrentar para colocar sua CPU x86 no mercado é de natureza jurídica. Intel, AMD e VIA dispõem de patentes relativas ao funcionamento de um processador x86. Não se trata de direito de uso do set de instruções x86 - que já é público, mas de esquemas de funcionamento interno dessas CPUs. O direito de usar esse conjunto de patentes é chamado "popularmente" de "licença X86".

Intel e AMD selaram um acordo bi-lateral nesse campo em 2009, enquanto o FTC, recentemente, estendeu o direito da VIA sobre o uso de tais patentes, garantindo o seu direito de produzir CPUs x86.

Ainda não está muito claro se a NVIDIA tem ou não o direito de fabricar uma CPU x86, entretanto a recente sentença do FTC sobre a Intel pode facilitar bastante as coisas para a NVIDIA. Evidentemente, quando esse chip chegar ao mercado, se a Intel considerar que está ocorrendo alguma violação de suas patentes, ela poderá acionar a NVIDIA judicialmente.

O fato é que a Intel não processou a Transmeta quando essa empresa lançou seu chip Crusoé - o qual usa a mesma tecnologia que a NVIDIA irá usar no Tegra 5. Ao que parece, a NVIDIA entende que como a Intel não processou a Transmeta, então o caminho estaria aberto.

CPU Transmeta Crusoe


Outros relatos, porém, dizem que a Intel estava com todo o processo contra a Transmeta pronto, e só não levou adiante em face do fracasso comercial do Crusoé, e, assim, a Intel poderia usar a mesma peça contra a NVIDIA.

Conclusão

O que era um rumor (A NVIDIA como fabricante de processadores X86: fogo ou fumaça) está ganhando contornos mais reais e o fato é que a NVIDIA está construindo um chip X86 baseado em um núcleo ARM, criando um espécie de NVIDIA Fusion.

A presença de mais um fabricante de CPUs x86 e de chips híbridos CPU + GPU no mercado seria extremamente interessante, sobretudo para os consumidores, que se beneficiariam de uma maior competição de mercado, o que sempre implica em evolução mais rápida da tecnologia, e redução de preços.

Com informações: Semiaccurate

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