A sentença aplicada pelo FTC – Federal Trade Comission – na Intel proíbe a empresa de adotar práticas comerciais que tenham o objetivo de excluir outras empresas da competição de mercado, além de reduzir bastante as possibilidades de estabelecimento de contratos de exclusividade – um dos principais aspectos que impediu a presença de uma CPU AMD nos computadores da Apple nos anos recentes.
A sentença do FTC colocou uma série de restrições na forma como a Intel poderá ofertar seus processadores para os fabricantes de computadores – OEMs.
De agora em diante a Intel poderá conceder descontos para os fabricantes em decorrência de compras em grandes volumes.
Como exemplo, a Intel poderá estabelecer preços para compras até 50.000 CPU por ano, outro preço, mais baixo, para as compras entre 50.001ª e a 100.000ª CPU adquirida, e outro mais baixo ainda para as compras da 100.001ª até a 150.000ª CPU.
Entretanto, a Intel não poderá mais dar descontos retroativos. Isso significa que a Intel não poderá oferecer aos OEM um desconto retroativo para as primeiras CPUs vendidas, com base nos preços mais baixos pelos quais foram comercializadas as demais.
A princípio essa determinação do FTC pode parecer um tanto quanto severa demais, mas o objetivo aqui é de impedir a Intel de usar o seu poder de mercado para excluir competidores, como a AMD, por exemplo.
Imagine um OEM qualquer que fabrique 100.000 computadores por mês. Suponha que desses 100.000 computadores, 90.000 são com processadores Intel e os outros 10.000 com AMD. Se os 90.000 processadores Intel são adquiridos por US$100 dólares cada, e os 10.000 AMD, por US$ 50 dólares cada, o custo total do OEM com CPUs seria US$ 9.5 milhões.
Como a Intel tem 90% do mercado desse OEM, ela poderia chegar nesse fabricante e oferecer um lote adicional de 10.000 CPUs por um preço de US$ 90 dólares por CPU, e, simultaneamente, oferecer um desconto retroativo de US$ 10 dólares em todas as demais 90.000 CPUs adquiridas.
Isso resultaria, na prática, que o OEM ganharia, gratuitamente, 10.000CPUs da Intel – exatamente aquelas que ele compraria da AMD. Sendo assim, ele teria todas as 100.000CPUs necessárias para fabricar seus 100.000 PC, gastando US$ 9 milhões (menos que os US$ 9,5 milhões iniciais) não necessitando mais de comprar da AMD.
Com manobras comerciais desse tipo a Intel poderia impedir a entrada da AMD no mercado. Sendo assim, a proibição do FTC impede esse tipo de prática comercial, e garante um ambiente competitivo no mercado de CPUs.
Apple e AMD: restrições contratuais derrubadas
Outro aspecto da sentença do FTC que está sendo tratado como uma “bomba” é a proibição do estabelecimento de contratos de “assistência extraordinária” por mais de 30 meses. O fato de não ainda não existir um computador Apple com uma CPU AMD deve-se principalmente a dois aspectos. O primeiro deles é o fato de que os CPUs AMD – sobretudo os destinados a Notebooks – não serem do mesmo nível dos Intel.
Apesar disso, um processador de desktop como os Phenom HE (de baixa dissipação térmica) poderiam servir muito bem a um Apple iMac, por exemplo. Isso não ocorreu, até o momento, em função de contratos de “assistência extraordinária” entre Intel e Apple que, na prática, se tornavam um contrato de exclusividade.
Assim, fica aberta a possibilidade de em 2011 chegarem ao mercado os primeiros Apple iMac equipados com os novos processadores AMD Fusion Llano, a menos, é claro, que a Intel apresente um chip que tenha o mesmo nível de performance gráfica do Llano, o que é algo improvável.
Fonte: Semiaccurate
Fonte: Semiaccurate
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