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Intel Clarkdale Core i3 e Core i5: preço muito elevado e performance abaixo das soluções AMD de baixo custo

A Intel acabou de lançar sua nova linha de processadores Core i5 e Core i5, baseados na arquitetura Nahalem, porém gravados no novo processo de 32nm. Tratam-se de processadores de dois núcleos e que vêm com um processador gráfico no mesmo encapsulamento, porém gravado no processo de 40nm.

Em termos de performance, que pode ser conferida em testes que foram feitos por diversos sites, verifica-se que as novas soluções da Intel apresentam ganhos de desempenho em relação aos processadores de dois núcleos que estão no mercado, mas não conseguem fazer frente aos processadores de quatro núcleos.

Com preços que começam em US$ 113,00 e chegam a mais de US$ 200,00,  a novidade da Intel não apresenta boa relação custo x benefício, tendo em vista que o processador de quatro núcleos mais barato da AMD - o Athlon II X4 620 -, que tem preço inferior a US$ 100,00, apresenta melhor desempenho em praticamente todos os cenários.

A Intel ainda oferece o Pentium baseado no Clarkdale a um preço de US$ 87,00. Entretanto, nesse mesmo preço existe o AMD Athlon II X3 435, de três núcleos, que tem performance superior.

Outro aspecto que precisa ser levado em consideração é o preço das motherboard´s e das memórias. Não existirão motherbord´s para esses processadores por preços inferiores a US$ 105,00, sendo que no lado da AMD existem ótimas motherbord´s por menos de US$ 80,00, com uma solução gráfica superior à que é oferecida pela Intel.

A imagem acima mostra a classificação de performance do Windows 7 para o processador Core i5 661, que tem o preço de US$ 196,00. Podemos verificar que o Windows 7 deu uma nota de 7,1 para o Core i5 661. Para efeito de comparação, o processador AMD Athlon II X4 620, que custa a metade - U$ 99,00 - tem nota de 7,3. Ou seja, o AMD que custa a metade do preço do Core i5 661 tem mais performance. Esse dado mostra o quanto está cara essa nova solução da Intel.

As memórias são outro vetor de custo que tornam os novos processadores da Intel inviáveis. Por somente trabalharem com memórias DDR3, mais caras que as memórias DDR2, o custo total da plataforma fica muito superior.

Core i5 661 - US$ 196,00?

O problema é que o Core i5 661 custa US$ 10,00 mais caro que o Phenom II X4 965, sendo que fica atrás do último em qualquer cenário. Então como recomendar um chip desse nesse preço?

E tem outros problemas ao meu ver: o i5 661 mostra uma performance boa em games, porém, para quem quer PC-gamer, irá usar uma GPU discreta, ficando inutilizada a maior inovação desse novo processador que é a GPU integrada no mesmo die.

Por outro lado, se vc quer um HTPC, tanto o i5 quanto o i3 também se mostram interessantes para usar a GPU integrada, porém, nesse caso, as soluções com os 780G, 785G e 790GX apresentam performance gráfica similar, com custo menor. De novo, como recomendar um chip desse?

Se vc é um técnico ou um consultor de informática e recomenda um Dual Core de 200 dólares para seu cliente, e depois ele descobre que tem quad-core pela metade do preço. Como vc vai explicar? Provavelmente vai ficar sem o cliente.

O principal quesito de comparação é performance/preço, e, em seguida, performance/watt. Performance x86 bruta como critério de comparação é um conceito cada vez mais obsoleto, porque a TI está passando por uma mudança de paradigma. No futuro, eu acredito que a compra da ATI pela AMD será considerado o marco histórico dessa mudança.

Computação heterogênea

Estamos na era da computação visual e da computação heterogênea CPU+GPU. Cada vez mais fica sem sentido CPUs x86 com níveis absurdos de performance (que só aparecem em benchs, mas nunca serão usados em aplicações reais), se o grande trabalho de processamento computacional está sendo feito, cada vez mais, pelas GPU, que não estão presas às limitações estruturais do set de instruções x86.

E outra coisa que acho engraçado. O pessoal reclama do marketing da AMD e dos preços da Intel. Só que a AMD só pode praticar preços baixos porque não gasta tanto em marketing. E a Intel só pode fazer o marketing ostensivo que faz, se embutir esse custo nos produtos, que serão, então, caros. O certo seria os preços baixos da AMD com o marketing da Intel, mas isso é impossível.

Conclusão: os novos processadores da Intel não justificam seu preço, tendo em vista que por bem menos dinheiro, obtém-se uma solução da AMD com mais performance. Ou seja, não valem a pena.

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